Por: Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembleia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com
Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Evangelho segundo Mateus 5: 1 – 11 que nos diz:
“E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa”
Conteúdo da matéria
I. As definições do sermão do Monte.
II. O sermão do monte e o Antigo Testamento.
III. As bem-aventuranças do sermão do Monte.
IV. A Oração do Pai Nosso explicada.
V. O Jejum conforme Jesus nos ensinou.
VI. O não matarás e o Sermão da Montanha.
VII. O Sermão do monte e o adultério.
VIII. As Lições que aprendemos com o Sermão da Montanha.
O Pai Nosso, ensinado por Jesus, é o modelo perfeito de oração. Esta, nos ensina como devemos dirigir nossas orações a Deus. A oração do Pai Nosso não é uma fórmula mágica, que precisamos repetir palavra por palavra para funcionar, mas é um guia, uma orientação para orar ao Senhor.
Jesus mostrou através
dessa oração, quais os assuntos que devemos normalmente levar a Deus nas nossas
súplicas, que são:
3 pedidos relacionados
a Deus, Sua honra, Seu Reino e Glória;
3 pedidos relacionados
às necessidades humanas (temporais e espirituais).
Com isso, Jesus
ensinou-nos a buscar primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça (Mateus 6:33), e
depois as outras coisas. Podemos usar os temas da oração do Pai Nosso para
fazer nossas próprias orações.
Portanto, orem da
seguinte forma:
Pai nosso que estás no
céu, santificado seja o teu nome.
Venha o teu reino.
Seja feita a tua
vontade, assim na terra como no céu.
Dá-nos hoje o pão para
este dia, e perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores.
E não nos deixes cair
em tentação, mas livra-nos do mal.
Pois teu é o reino, o
poder e a glória para sempre.
Amém.
- Mateus 6:9-13
1. "Pai
nosso..."
Jesus ensinou-nos a
chamar Deus de Pai. Ele poderia ter usado "Senhor", "Deus",
"Rei" ou qualquer outro título, mas preferiu usar na oração “Pai”. Um
rei pode não ter filhos, um senhor pode não ter filhos, mas não há pai sem seus
filhos.
Deus é o Pai, Criador e
sustentador de todas as coisas. Ele é eternamente Pai do nosso Senhor Jesus
Cristo e de todos os seres criados. Mas decidiu adotar os crentes em Jesus como
seus filhos também (João 1:12). O Pai celestial acolheu-nos como filhos amados
e deseja ter um relacionamento de intimidade conosco.
Outro pormenor
interessante é Jesus ter usado o "nosso" (pronome no plural). Isso
nos faz lembrar da dimensão comunitária da oração. Nosso Pai do céu nos vê como
irmãos em Cristo, por isso também devemos viver assim e orar uns pelos outros
como família.
A expressão "Pai
nosso" não nos impede de usar "meu Pai" nas nossas orações
pessoais solitárias, mas é um testemunho público de reconhecimento da
Paternidade de Deus sobre nós. Não temos um Deus exclusivo ou particularmente
nosso, mas Ele é nosso Pai. Todos gozamos desse privilégio compartilhado por
todos os filhos, na grande família de Deus.
2. "... que está
no céu"
Essas palavras não
limitam a presença de Deus ao céu. Elas apenas expressam a infinita grandeza e
glória do Senhor, acima do Universo visível. Deus tem a Sua presença nos céus e
na terra (Dt 4:39).
Nenhum 'deus' do
universo visível (politeísmo ou panteísmo) pode ser comparado ao Pai celestial,
que habita o Céu dos céus (céu invisível acima do universo criado). Ele é
Supremo, está exaltado na Sua Morada celestial.
O Pai é distinto e
superior a nós, a todos os pais da terra e a todos os falsos deuses e ídolos
destes= mundo (Eclesiastes 5:2). Jesus realça esse dado importante acerca do
Pai que está no céu, para que a nossa compreensão distorcida retifique que Deus
é Infinito, Absoluto e Incomparável.
3."Santificado
seja o Teu nome"
Santificar o Nome de
Deus é o primeiro pedido na oração do Pai Nosso. O Pai Celestial deve ser
santificado pelos seus filhos. Isso significa que devemos glorificar a Deus, ou
o nome de Deus, em tudo que fazemos ou pensamos, nas nossas atitudes e
relacionamentos. Enfim, tudo deve honrar extremamente o nome de Deus.
A palavra santificar significa
'tornar santo' ou 'separado'. Essa separação tem a ver com distinção, veneração
e excepcionalidade do Senhor. Deus não é comparável a nenhum outro ser no
Universo. Portanto, nenhum outro deve receber a adoração devida ao Senhor.
Deus é santificado
(honrado e glorificado) quando a Sua existência é acreditada, quando a Sua
perfeição é amada e reverenciada e em nossas vidas (1 Pe 3:15) e quando as suas
obras são admiradas e reconhecidas. Isso é santificar a Deus, tornando-O
honrado e glorioso, tal como Ele é.
Pense nisto: Jesus nos
ensinou a falar diretamente com Deus. Não precisamos de intermediários, como
Maria ou os santos. Deus ouve nossas orações. Mas devemos orar com respeito e
humildade, pedindo que Deus seja glorificado até em nossas orações.
4. "Venha o Teu
Reino..."
A chegada do Reino de
Deus tem a ver com o Seu governo eterno sobre todas as coisas. Deus é o Rei
divino e o Seu reino é espiritual, moral e real. O "Reino de Deus" ou
o "Reino dos Céus", ou "Reino de Cristo", já havia começado
desde o início, mas foi inaugurado com a vinda de Jesus.
O avanço do Reino do
Senhor ao longo dos tempos se deu através da aceitação e reconhecimento de Deus
como Rei, e do cumprimento das expectativas messiânicas, com a chegada do
Messias. Jesus Cristo inaugurou a chegada do Reino de Deus que ainda prossegue,
até alcançar toda a sua plenitude no final dos tempos.
Somente aí, quando
Cristo voltar em glória, o reino de Deus estará estendido de forma completa a
todos os povos e nações.
5. "Seja feita a
tua vontade, assim na terra como no céu"
Este 3º pedido
relacionado a Deus e ao seu Reino, tem a ver com a Sua vontade. Se por um lado,
aqui na terra muitos ainda rejeitam a Deus e à Sua vontade, sabemos que no Céu
todos os seres celestiais são comprometidos e totalmente submissos à vontade de
Deus.
Trata-se de um
contraste enorme, entre um lugar (Céu) onde Deus é honrado e glorificado na
perfeição pelos anjos e seres celestiais e outro, onde muitos tentam cumprir
essa vontade, mas ainda imperfeitamente.
Este deve ser o nosso
desejo hoje: cumprir retamente a vontade de Deus. Essa é uma obediência que
envolve prontidão, dedicação e amor. Novamente, quando Cristo voltar em glória,
a vontade de Deus será perfeita e completa, feita por toda a terra assim como é
feita hoje no Céu.
Pense nisso: Quantas
vezes a oração cai em chantagem e exigência. Deus, eu quero isto, senão eu
deixo de amar você - isso não é oração. A vontade de Deus é mais importante que
nossa vontade. Quando oramos, devemos começar por submeter nossa vontade à
vontade de Deus.
6. Pão nosso de cada
dia...
Aqui começa a série dos
outros três pedidos que Jesus adicionou à oração do Pai nosso. Depois de pedir
que Deus seja glorificado, Seu Reino venha e Sua vontade seja feita, agora
podemos pedir por sustento e conforto necessários na vida presente. Essas
petições relacionadas às necessidades humanas: Pão, Perdão e Proteção, também
em Lucas 11:3. Cada palavra revela uma lição importante:
"O pão nosso"
pode significar: pão natural e pão espiritual - o que resume todas as coisas
necessária para a manutenção da vida, do corpo e da alma. Um pão honesto, que
seja realmente nosso, Lembramos dos outros ensinamentos de Jesus: "Nem só
de pão viverá o homem... (Mt 4:4); "Eu sou o Pão vivo que desceu do
céu..." (Jo 6:51).
"deste dia"
significa que: não precisamos ficar ansiosos com o dia de amanhã; somos
ensinados a depender diariamente na Divina Providência só precisamos do que é
necessário para hoje, não para esbanjar ou para acumular riquezas "dá-nos
hoje" isso leva-nos a pensar em dependência. Precisamos do Pai celestial
para ter o suficiente para nossas vidas. Por isso, lhe pedimos: nos dê! Não
dizemos nos venda, nos empreste ou nos pague, como se Ele fosse obrigado a tal.
Humildemente pedimos que nos dê o pão diário. Sempre estaremos em dívida com
Deus por tudo que Ele nos dá.
Revoluções já foram iniciadas por falta de
pão. Pão é um alimento básico, importante para sobreviver. Nossa vida, nosso
sustento depende de Deus. Quando reconhecemos isso e oramos confiando em Deus,
Ele nos dá o sustento que precisamos, mesmo quando parece impossível.
7. Perdão para as
nossas dívidas...
O perdão é fundamental
para as nossas vidas (ao nível espiritual, emocional e relacional). Todo tipo
de transgressão, ofensa, pecado ou vício, ofende a Deus e certamente também
ferirá outras pessoas. Além disso, o castigo por essas ofensas causará
sofrimento, quando tivermos que "pagar" pelas dívidas perante a
Justiça Divina.
A dívida do mal que
cometemos, contra Deus e contra o nosso próximo, precisa de ser reconhecida,
confessada e abandonada.
Contudo, há uma
condição prevista nos termos de a oração: "perdoa-nos assim como perdoamos
aos nossos devedores". Aqui o perdão para as nossas falhas aparece
condicionado ao perdão que também damos aos outros.
Devemos perdoar, tal
como esperamos ser perdoados. Aqueles que desejam encontrar misericórdia em
Deus para os seus erros, devem também mostrar misericórdia para com seu
próximo. Mesmo que lhe causado dano, ofensa ou sofrimento.
Pense nisto: Uma parte
importante da oração é pedir e oferecer perdão. Devemos ser humildes para
reconhecer nossos erros e pedir perdão a Deus. Mas também devemos perdoar quem
pecou contra nós. Quando entendemos que Deus nos perdoa quando não merecemos, devemos
fazer o mesmo com outras pessoas que não merecem.
8. Proteção - "não
nos deixes cair em tentação..."
Aqui Jesus inicia a
sexta petição. Ele nos mostra que as provações ou tentações da vida podem ser
vencidas. Com a ajuda do Pai celestial, podemos ser preservados do pecado. Isso
significa que Ele pode retirar a tentação quando é forte demais, ou pode
amenizar as forças da tentação ou pode aumentar as nossas forças contra ela.
Esse pedido nos ensina
a considerar a nossa própria incapacidade de afastar e vencer a tentação. E,
mostra também como temos a necessidade de capacitação do Alto para conseguir
resistir no dia mau.
A resistência contra a
tentação e provação produzem em nós o resultado da alegria e resiliência. Tal
como é dito: "tenham grande alegria quando passarem por provações... por
que isso produz perseverança." (Tiago 1:2-3). Isso torna-se um exercício
de aprimoramento da fé, piedade e das virtudes, para que outros possam ser
encorajados pela nossa perseverança nas provações.
9. Proteção - "Livra-nos
do Mal"
Aqui a palavra no grego
para 'mal', "πονηρός" (ponēros) tanto pode indicar o mal (neutro) nos
sentido abstrato, em geral, quanto o mal (masculino) como 'Maligno',
equivalente ao diabo ou Satanás. A inclusão dessa expressão na oração ajuda-nos
a lembrar que corremos um outro perigo, temos um Acusador que também nos tenta
para o mal.
Somado ao pecado da
nossa natureza, e à nossa inclinação carnal, existe o Diabo, que nos manipula e
engana para o mal. Lembremos que, como ladrão, ele veio para matar, roubar e destruir
(Jo 10:10).
Esta, pode ser a
referência na oração que completa a ideia de livramento contra tentação.
Livra-nos de todos os tipos de males, inclusive do Tentador que é o nosso
Inimigo.
10. "Pois Teu é o
Reino, Poder e Glória..."
Esse final da oração,
chamada de "doxologia" (expressão conclusiva de glorificação e louvor
a Deus), não aparece em todos os manuscritos antigos. Por isso, ela aparece
entre colchetes nas traduções das nossas Bíblias. Contudo, essa parte final
manifesta o entendimento que a glória e a honra de Deus devem ser o objetivo
principal da oração dos filhos. A glorificação de Deus deve conduzir as nossas
orações do início ao fim.
"Teu é o
Reino" - Aqui se mostra a convicção de que Deus é soberano e tem o domínio
total do universo. Ele tem o controle sobre todas as coisas, pois reina e
governa sobre tudo.
"Teu é o
Poder" - Cremos que o Pai, todo-poderoso no Céu e na terra, tem poder para
realizar o que pedimos. Nós somos fracos e necessitados, mas Deus tudo pode,
nada é impossível para Ele.
"Tua é a
glória" - As nossas orações são ouvidas e atendidas para a honra e louvor
de Deus, não nossa. A glória de Deus é demonstrada quando Ele provê as nossas
necessidades. O louvor e gratidão ao Senhor serão celebrados fazendo com que o
Reino de Deus se amplie pela terra.
Deus não nos livra de
todas as dificuldades, mas ele nos ajuda a ficar firmes na luta contra o
pecado. Quando estamos lutando contra tentações, podemos pedir a força de Deus
para fazer o que é certo. Deus é mais forte que o pecado. Quando vencemos o
pecado, mostramos a glória do Reino de Deus.
Use a Oração do Pai
Nosso como um modelo para se dirigir a Deus em oração. Com a ajuda do Espírito
Santo, dedique hoje algum tempo para orar a Deus.
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