segunda-feira, 29 de maio de 2023

Série: O Sermão do Monte (3)As bem-aventuranças do sermão do Monte

  

Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembleia de Deus em Santa Cruz da Serra

Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com

 

Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

 


Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Evangelho segundo Mateus 5: 1 – 11 que nos diz:

“E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;

Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;

Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;

Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;

Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa”

 

Conteúdo da matéria

I.       As definições do sermão do Monte.

II.      O sermão do monte e o Antigo Testamento.

III.     As bem-aventuranças do sermão do Monte.

IV.     A Oração do Pai Nosso explicada.

V.      O Jejum conforme Jesus nos ensinou.

VI.     O não matarás e o Sermão da Montanha.

VII.    O Sermão do monte e o adultério.

VIII.   As Lições que aprendemos com o Sermão da Montanha.

 

Conheça um pouco mais sobre o importante Sermão da Montanha!

1.    “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.”

As pessoas ao ouvirem: “Bem-aventurados…”, logo fizeram conexão com algumas das citações bíblicas. Será que Ele comentará um dos Provérbios? Será que ele citou Salmos? Ou a abordagem dele será extraída da lei?

 

A bem-aventurança é um tema que prendeu a atenção dos ouvintes de Jesus e em nossos dias ainda cria expectativa nos leitores. Afinal, quem não quer ser bem-aventurado?

 

Quando Jesus complementa: “Bem-aventurados OS POBRES…” a mensagem toca ainda mais os ouvintes. Esta seria uma mensagem inesquecível, pois tocou a emoção do povo: “Será uma revolução social? É agora que alcançaremos a hegemonia política e a paz prometida?”.

 

A promessa de alegria aos pobres é plenamente compreensível, mas o que entender do qualificativo adicionado ao substantivo pobre? “Bem-aventurados os pobres de espírito…”. Quem são os pobres de espírito?

 

Jesus estava rodeado de pobres de várias cidades circunvizinhas. Se a mensagem fosse somente: ‘bem-aventurados os pobres’, ela seria aceita e ovacionada pela multidão! Jesus teria conquistado os seus ouvintes e mais seguidores. Mas, como um povo que professava ‘a melhor’ religião, com princípios éticos e morais intocáveis e que se consideravam filhos de Abraão poderia aceitar ou reconhecer ser um ‘pobre de espírito’?

 

Como alguém observador da lei reconheceria a condição de pobreza espiritual?

 

No Antigo Testamento não consta o conceito ‘pobre de espírito’. Mas, Aquele que representava uma esperança de mudança na condição do povo, apresenta um novo conceito e uma necessidade de reconhecer uma condição que caracteriza os pecadores ou os incircuncisos. Como um filho de Abraão poderia reconhecer que era pobre de espírito?

 

Jesus completou a frase: “…porque deles é o reino dos céus”. Muitos se perguntaram: De quem é o reino dos céus? Dos pobres de espírito?

 

Além do mais, o povo estava a procura de curas, de pães, de peixes, de um reino terreno, mas Jesus estava falando de um outro reino: do reino dos céus!

 

Onde fica este reino? O que é o reino dos céus?

 

Para responder essas perguntas devemos observar a mensagem que foi anunciada desde o nascimento de Cristo: “E, naqueles dias, apareceu João batista pregando no deserto da Judeia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” ( Mt 3:1 -2); “Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” Mt 4: 17.

 

Verifica-se que o reino dos céus diz da pessoa de Cristo, como profetizou Isaías e reafirmou João Batista: “Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mt 3:3 ).

 

Quando Jesus disse: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”, Ele não estava denunciando a moral do povo. Ele não estava apregoando um reino humano ( Jo 18:36 ). Também não estava em busca de uma melhoria na condição socioeconômica do povo (Jo 12:8 ). Antes Jesus estava se apresentando ao povo por parábolas.

 

Com a sua mensagem, Jesus expôs ao povo que Ele é o acesso ao reino dos céus, e que todos aqueles que reconhecessem que eram pobres de espírito, estes seriam bem-aventurados. Àqueles que reconhecessem a precária condição espiritual que se encontravam, pertenciam o reino dos céus, que é Cristo. Eles precisavam reconhecer que eram necessitados espiritualmente.

 

Enquanto queriam pão, Jesus estava apresentado o pão vivo que desceu dos céus. Enquanto buscavam um reino, Jesus estava lhes abrindo a porta do reino dos céus. A relutância em aceitar a condição de necessitados espiritualmente persistiu até mesmo entre os discípulos que criam nele: “Responderam eles (os judeus que criam nele): somos descendentes de Abraão, e jamais fomos escravos de ninguém” (Jo 8:31 -33).

 

Eles acreditavam estar abastados espiritualmente por serem descendentes de Abraão. Ao se auto proclamarem como filhos de Abraão, os judeus estavam cônscios de que eram filhos de Deus ( Jo 8:41 ). Ser filho de Abraão para eles era o mesmo que ter a filiação divina. Por isso João Batista disse que das pedras Deus poderia fazer filhos para si. Em razão desta crença os judeus não admitiam que eram escravos de ninguém, uma vez que se admitissem ser escravos, era o mesmo que admitir que alguém havia conquistado o próprio Deus (Jo 8:33 ).

 

Ser pobre de espírito é ser humilde e ensinável. Jesus quer que sempre reconheçamos humildemente nossa necessidade Dele.

 

2.    “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.”

 

O sermão prossegue: “Bem-aventurados OS QUE CHORAM…”. A bem-aventurança depende da emoção humana? O choro como consequência direta de uma emoção humana concede o favor de ser consolado?

 

Não! A ideia apresentada neste versículo complementa a anterior.

 

O choro denota a condição de impotência frente a questões impossíveis. Após reconhecer a condição de miserabilidade espiritual, a reação do homem é o choro.

 

A única ação de um miserável é o choro, e serão consolados!

 

Para que o abatido seja consolado, é preciso que habite com alguém que lhe arranque da miséria: “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” (Is 57:15 ; Sl 51:17 ).

 

Compare:

 

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5:3 ).

 

“…como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” (Is 57:15 ).

 

O salmista quando pedia perdão ao Senhor disse: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” ( Sl 51:10 ).

 

Quem haveria de consolar os que choram? Os que choram serão consolados por Aquele que tem o reino dos céus. É Ele que enxugará todas as lágrimas!

 

A resposta está em Isaías: “O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes” ( Is 61:1 -2).

Enfrentaremos desafios e problemas que vão nos testar. Quando lamentamos nossas perdas ou provações, recebemos a promessa de que seremos abençoados se perseverarmos. Deus enviará Seu Espírito Santo para nos consolar em momentos de necessidade.

 

3.    “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.”

 

A mensagem de Jesus possivelmente formou um impasse na mente dos ouvintes: Moisés, o homem mais manso da terra não conseguiu herdar a terra, como herdar a terra se os ouvintes não se consideravam maiores que Moisés “E era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12:3 ).

 

Se Moisés, considerado um dos homens mais manso da terra, não conseguiu herdar a terra, qual a intenção de Jesus ao declarar que os mansos são felizes?

 

Mas a pergunta persiste: Quem são os mansos? Qual é a terra a se herdar?

 

“E os mansos terão gozo sobre gozo no SENHOR; e os necessitados entre os homens se alegrarão no Santo de Israel” ( Is 29:19 ).

“Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao SENHOR os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente” (Sl 22:26 ).

“Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundancia de paz” (Sl 37:11 ).

 

À exemplo do Antigo Testamento as bem-aventuranças decorre do Senhor de Israel, mas, como alcançar tamanha alegria e ainda herdar a terra? E qual terra?

 

Jesus é a resposta: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt 11:29 ).

 

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;”

 

“….aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas”

 

Observe a relação entre os dois versículos: aqueles que se deixarem instruir por Jesus, o Mestre por excelência, estes serão felizes por alcançar o prometido, descanso para as almas. Estes serão bem-aventurados por alcançar o prometido: a promessa de herdar a terra equivale ao descanso para a alma para aqueles que se deixarem instruir.

 

Quando Jesus falou ‘bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra’, não foi com o intuito de concitar os ouvintes a que tivessem uma personalidade semelhante ou superior a de Moisés.

 

A mansidão que Jesus faz referência não é comportamental, antes é a mansidão vinculada ao coração, ou a nova natureza do homem. Após o homem aprender de Jesus haverá uma transformação na natureza do homem, e estes receberão a plenitude de Cristo, e serão semelhantes a Ele: mansos e humildes de coração (Cl 2:10 ).

 

Quando Jesus afirmou que os mansos herdarão a terra, Ele não fez referência a elementos deste mundo, mas ao descanso preparado por Deus. A ‘terra’ representa um lugar de descanso que Deus preparou para os que aprenderem daquele que é por excelência manso de coração “Ora, nós, os que temos crido, entramos no descanso…” (Hb 4:3 -10).

 

A terra prometida no Antigo Testamento estava atrelada a ideia de descanso, e no Novo Testamento a referência a terra diz de coisas melhores: do descanso de Deus. Aqueles que aprenderem com Cristo, estes terão descanso para as suas almas.

 

Aquele que encontra descanso para a sua alma em Cristo não receberá como herança um torrão de terra, antes será herdeiro de novos céus e nova terra “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2Pe 3:13 ).

 

O apóstolo Pedro ao referir-se aos mansos de coração, não fala do homem natural, mas daquele homem que não conseguimos visualizar, aquele ‘encoberto no coração’, do homem regenerado, que possui um incorruptível traje de um espírito manso e quieto “Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus” (1Pe 3:4 ).

 

O que é precioso diante de Deus? O que possui valor para com Deus? Segundo o apóstolo Paulo o que tem valor, o que tem virtude diante de Deus, é o ser uma nova Criatura: “Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor” (Gl 5:6 ); “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gl 6:15 ).

 

Como a fé ‘vem pelo ouvir’, e o ‘ouvir pela palavra de Deus’, quando Jesus diz que devemos aprender dele, é porque o seu ensino produz fé que faz os seus ouvintes alcançar uma nova vida com direito a ser herdeiro com Cristo. Como Cristo descansou de suas obras, como herdeiros de Deus, os de novo gerado alcançam a bem-aventurança.

 

Através da regeneração o homem adquire a natureza de Cristo, ou seja, é gerado segundo Deus um novo homem em verdadeira justiça e santidade, características pertinentes a pessoa de Cristo. Somente através do novo nascimento o homem torna-se humilde e manso de coração.

Ser manso é ser gentil, bondoso, paciente e tolerante — não orgulhoso, superior ou convencido. O Salvador demonstrou Sua mansidão ao estar disposto a Se submeter à vontade de Deus. Mesmo em um momento de extrema agonia, Ele disse a Deus: “Não se faça a minha vontade, senão a tua” (Lucas 22:42).

 

4.    “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.”

Percebe-se que Jesus não estava se referindo à justiça que é administrada nos tribunais dos homens! A abordagem de Jesus em momento algum teve objetivos político. Jesus não estava preocupado com os problemas atrelados as injustiças sociais. Jesus não estava promovendo mais uma obra de caridade.

 

Em momento algum Jesus expôs os princípios anunciados pela teologia da libertação em que a prática de justiça esteja atrelada a transformações de ordem econômicas, social e políticas. Em momento algum Jesus demonstra que a bem-aventurança dependa de transformações sociais ou que se fundamenta nas relações sociais.

 

Jesus não estava promovendo diretamente a prática da fraternidade, o equilíbrio nas relações no exercício do poder ou incentivando a partilha de bens no intuito de equilibrar a distribuição de riquezas.

 

Não! O sermão do monte trata de questões eminentemente espirituais.

 

Se Jesus estivesse promovendo a solidariedade humana como requisito para se alcançar a verdadeira alegria, ele não teria protocolado um veemente protesto aos seus ouvintes: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt 5:20 ).

 

Você já observou o conceito dos fariseus e dos escribas frente a multidão? Para o povo os fariseus e os escribas eram o que a sociedade tinha de melhor. Porém, a análise de Cristo é diferente: “Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mt 23:28 ).

 

Os religiosos pareciam justos, mas a natureza deles era incompatível com a divina: estavam plenos de iniquidade.

 

Como seria possível as obras dos ouvintes de Jesus alcançar uma posição maior em relação aos fariseus e saduceus? Como entender o ter fome e sede de justiça? Onde os ouvintes de Jesus encontrariam fartura de justiça?

 

Se conseguirmos responder a estas perguntas, estaremos bem próximo de entender todos os conceitos apresentados por Jesus no sermão do monte.

 

Jesus não se ocupou em estabelecer um novo padrão de conduta para os seus ouvintes. Também não foi oferecido felicidade e alegria com base nas emoções e motivações humanas.

 

A felicidade do homem neste mundo envolve outros aspectos e não está vinculado ao que Cristo apregoou no sermão do monte “Porque quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano. Aparte-se do mal, e faça o bem; Busque a paz, e siga-a” (1Pd 3:10 -11).

 

Se alguém procura a felicidade deste mundo, basta seguir o que disse o apóstolo Pedro, ao citar o (Sl 34:12 -14). Basta ter uma vida correta diante da sociedade que o homem terá uma vida tranquila e sossegada em muitos aspectos.

 

O que Jesus oferece através das bem-aventuranças vai além das perspectivas humanas e não se refere a este mundo. A missão de Jesus é resgatar os pobres de espírito, sem qualquer referência aos valores humanos, personalidade, caráter, moral, etc. Todos estes elementos sofrem transformações ao longo do tempo, e difere de sociedade para sociedade.

 

Os valores de hoje são totalmente diferentes dos valores de cem anos atrás. O caráter e a moral sofreram transformações e se adequou a sociedade moderna. Se a salvação estivesse apoiada nestas questões circunstanciais, qual seria o padrão correto de conduta nestes séculos de história da igreja?

 

Jesus não apoiou a sua doutrina no homem ou em seus méritos. A doutrina de Jesus não faz acepção de pessoas, de condição social, de épocas ou de cultura. A mensagem de Jesus é a mesma para os pobres e para os ricos. Ambos precisam reconhecer a miséria espiritual que se encontram.

 

Todos os homens precisam arrependerem-se e o primeiro passo está em reconhecer a condição de miséria espiritual e a necessidade de socorro divino. Todos os homens estavam mortos em delitos e pecados, sem qualquer distinção entre eles.

 

A próxima bem-aventurança anunciada por Jesus encera um desejo de mudança. Diante da condição de miséria espiritual, quando o homem reconhece a sua real condição, resta somente o choro, e a obra a ser realizada para mudar este quadro fica na dependência de Deus.

 

Aqueles que se deixam instruir por Jesus, o manso e humilde de coração, livram-se da condição de miséria espiritual conforme foi apregoado tempos depois “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:31 -32).

 

Podemos nos aproximar de Deus ao tentarmos seguir Seus ensinamentos e aprender mais sobre Ele. Quanto mais conhecimento buscarmos, mais Ele nos abençoará.

 

5.    “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.”

 

Por que os misericordiosos alcançarão misericórdia? É uma das qualidades que devemos ter? Jesus estava incentivando o perdão entre os seus ouvintes? Se não demonstramos misericórdia aos nossos semelhantes não obteremos da misericórdia de Deus?

 

A misericórdia aqui prometida não refere-se a misericórdia que devemos oferecer aos nossos semelhantes. Ser compassivo com o próximo não habilita ninguém a receber a misericórdia divina. A experiência demonstra que ao sermos cordiais com os nossos semelhantes teremos uma vida melhor nesta terra, mas isto não significa que obteremos misericórdia de Deus porque exercermos misericórdia.

 

Só é bem-aventurado aquele que alcança a misericórdia divina, pois toda bem-aventurança advém de Deus. Porém, tal bem-aventurança não esta condicionada ao comportamento humano.

 

Daí surge à questão: Como ser misericordioso para alcançar misericórdia? Se com Deus não barganha?

 

O que Jesus ensinou não se compara aos ensinamentos budistas, espiritualistas. Jesus não falou na reciprocidade necessária ao tratamento humano. Ele não se ocupa em tratar de questões comportamentais como o fazem as várias religiões pelo mundo.

 

Jesus está tratando desde o início do sermão de questões exclusivamente espirituais e este versículo não é exceção: Observe este salmo: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano” (Sl 32:1 -2).

 

Ser misericordioso é condição que decorre do novo nascimento, onde o justificado passa a ser semelhante a Cristo. Tal semelhança não se manifesta na conduta, mas decorre da nova natureza.

 

Todo aquele que é instruído por Jesus passa a ser manso e humilde de coração; aquele que se alimenta dos ensinos de Cristo passam a ser fartos de Justiça, pois são criados em verdadeira justiça e santidade; aqueles que recebem de Deus misericórdia, passam a condição de misericordiosos.

 

A misericórdia de Deus é demonstrada em perdão. Deus não imputa maldade àqueles que são alvos de sua misericórdia. Como? O salmista responde:

“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto”

Quem é bem-aventurado? A resposta é aquele! Aquele quem? O transgressor, o pecador! Se o transgressor, o pecador, é quem recebe a dádiva de Deus, percebe-se que o salmista fala do velho homem. O homem precisa de perdão, mas para isso a velha natureza precisa ser coberta na morte com Cristo.

O transgressor é alvo do perdão divino desde que seja satisfeita uma condição da retidão e da justiça divina: a alma que pecar, esta morrerá! Ou seja, se você é pecador só cessará do pecado após morrer com Cristo. Este é o novo e vivo caminho que nos foi aberto pelo corpo de Cristo.

 

O versículo citado acima aponta para o homem não regenerado.

 

“Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano”

 

O homem cuja transgressão é perdoada, após receber o perdão, estará na condição apresentada neste verso: O Senhor não lhe imputará maldade, e em seu espírito não haverá engano, visto que foi de novo criado, segundo Deus, em verdadeira justiça e santidade.

Estes dois versículos apontam duas situações distintas de um mesmo homem. Bem-aventurado é o homem:

 

a) cujo pecado é coberto, e;

 

b) cujo espírito não há engano. Este é o novo homem e aquele o velho homem.

 

O novo homem gerado em Cristo não tem maldade a ser imputada. Se tivesse, é certo que seria imputada, pois Deus não tem o culpado por inocente. Só o novo homem não possui engano ou falsidade em sua natureza.

 

Quando o apóstolo Paulo recomenda aos cristãos serem misericordiosos, ele está abordando questões comportamentais pertinentes aos cristãos, mas o tema não é o mesmo apresentado por Jesus “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4:32 ).

 

Agora, quando Cristo diz: “Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” (Lc 6:36 ), ele está falando do mesmo tema apresentado na bem-aventurança. O homem é bem-aventurado quando alcança a filiação divina. As condições necessárias para que o homem seja verdadeiramente misericordioso só é possível àquele que Deus recebe por filho.

 

Observe o que Jesus ensinou: “E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem. Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas”;

 

Porém aos abastados espiritualmente diz: “Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis. Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas”;

 

E Jesus passa a alertar os seus ouvintes:

 

“Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses; E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir. E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também”;

 

Observe que é impossível ao homem alcançar o padrão de comportamento descrito acima, mas é plenamente possível a qualquer homem o comportamento descrito abaixo?

 

“E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto”;

 

Jesus recomenda um novo padrão de comportamento aos seus ouvintes?: “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”;

 

A nova forma de comportamento demonstra que o homem está de posse da filiação divina. As questões comportamentais não levam o homem a alcançar a filiação divina, mas quando se alcança a filiação por meio de Cristo, o homem terá em si as condições necessárias para ter um comportamento a altura de sua nova condição.

Quando Jesus disse: “Sede, pois, misericordiosos…” o que realmente ele recomendou? A resposta encontra-se na parábola: “E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova? O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre. E por que atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão”;

 

Jesus recrimina os lideres religiosos judeus: eles eram cegos guiando uma multidão de cegos. Qualquer um que aprendesse com um fariseu, o máximo que alcançaria era ser um fariseu.

 

A perfeição que alguém poderia alcançar aprendendo de um fariseu seria: “… exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mt 23:28 ).

 

“Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca”

Por meio de parábolas Jesus evidência um princípio pertinente ao evangelho: só é possível um homem produzir o bem a partir do momento que ele estiver ligado a oliveira, que é Cristo.

 

Aquele que não está em Cristo obrará o mal sempre, e aquele que em Cristo estiver produzirá segundo a espécie da sua boa árvore, o bem. A transformação que se opera na natureza transbordará além do coração. O homem poderá tirar o bem do bom depósito.

 

“E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo? Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante: É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pós os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pode abalar, porque estava fundada sobre a rocha. Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa”.

 

Toda obra que o homem edifica se não estiver alicerçada em Cristo, nada representa para Deus. O exemplo da árvore e da casa alicerçada versa sobre os mesmos princípios.

 

Só em Cristo é possível obter a justiça que vem de Deus. Após ser justificado por meio de Cristo o homem obtém o direito de entrar no reino dos céus.

Jesus Cristo foi um exemplo perfeito de perdão e misericórdia. Mesmo quando estava sofrendo na cruz, Ele disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Como todos precisamos de misericórdia, todos precisamos demonstrar misericórdia.

 

6.    “Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.”

 

Observe que após a segunda bem-aventurança ocorreu uma mudança sutil na composição do texto. No início do sermão Jesus destaca a necessidade daqueles que são bem-aventurados: pobres e que choram. Ele destacou a necessidade e o que alcançaram: o reino dos céus e o serem conciliados.

 

Deste ponto em diante Jesus passou a destacar a nova condição daqueles que já haviam alcançado o reino dos céus e estavam consolados. Jesus passa a descrever os bem-aventurados como mansos, misericordiosos, puros de coração, pacificadores.

 

Só é possível ver a Deus quando se está limpo de coração, e a palavra de Deus tem esta função, remover todas as impurezas. Por meio da palavra do evangelho os discípulos estavam limpos. De igual forma, todos quantos ouvirem do evangelho e crerem em Cristo também estão limpos: “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15:3 ).

 

Quem são os limpos de coração? Como alcançar esta condição?

 

Os limpos de coração são aqueles que ouviram e aprenderam de Cristo, que é manso e humilde de coração. Os limpos de coração são aqueles que alcançaram a condição de filhos de Deus, uma vez que morreram com Cristo e ressuscitaram com Ele uma nova criatura.

O novo homem é criado através do poder de Deus que o evangelho contém, e por meio desta nova criação o homem passa a ter um novo espírito e um novo coração, limpo de impurezas (Rm 1:16 ; Jo 1:12 -13). Estes são os Regenerados.

Alguém pode questionar: Como é possível ver a Deus? João responde: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou” (Jo 1:18 ).

Aqueles que são instruídos por Cristo verão a Deus, pois estão completamente lavados pela palavra do evangelho.

Por que os misericordiosos alcançarão misericórdia? É uma das qualidades que devemos ter? Jesus estava incentivando o perdão entre os seus ouvintes? Se não demonstramos misericórdia aos nossos semelhantes não obteremos da misericórdia de Deus?

A misericórdia aqui prometida não refere-se a misericórdia que devemos oferecer aos nossos semelhantes. Ser compassivo com o próximo não habilita ninguém a receber a misericórdia divina. A experiência demonstra que ao sermos cordiais com os nossos semelhantes teremos uma vida melhor nesta terra, mas isto não significa que obteremos misericórdia de Deus porque exercermos misericórdia.

 

Só é bem-aventurado aquele que alcança a misericórdia divina, pois toda bem-aventurança advém de Deus. Porém, tal bem-aventurança não esta condicionada ao comportamento humano.

Daí surge à questão: Como ser misericordioso para alcançar misericórdia? Se com Deus não barganha?

O que Jesus ensinou não se compara aos ensinamentos budistas, espiritualistas. Jesus não falou na reciprocidade necessária ao tratamento humano. Ele não se ocupa em tratar de questões comportamentais como o fazem as várias religiões pelo mundo.

Jesus está tratando desde o início do sermão de questões exclusivamente espirituais e este versículo não é exceção: Observe este salmo: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano” (Sl 32:1 -2).

Ser misericordioso é condição que decorre do novo nascimento, onde o justificado passa a ser semelhante a Cristo. Tal semelhança não se manifesta na conduta, mas decorre da nova natureza.

Todo aquele que é instruído por Jesus passa a ser manso e humilde de coração; aquele que se alimenta dos ensinos de Cristo passam a ser fartos de Justiça, pois são criados em verdadeira justiça e santidade; aqueles que recebem de Deus misericórdia, passam a condição de misericordiosos.

A misericórdia de Deus é demonstrada em perdão. Deus não imputa maldade àqueles que são alvos de sua misericórdia. Como? O salmista responde:

 

“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto”

 

Quem é bem-aventurado? A resposta é aquele! Aquele quem? O transgressor, o pecador! Se o transgressor, o pecador, é quem recebe a dádiva de Deus, percebe-se que o salmista fala do velho homem. O homem precisa de perdão, mas para isso a velha natureza precisa ser coberta na morte com Cristo.

 

O transgressor é alvo do perdão divino desde que seja satisfeita uma condição da retidão e da justiça divina: a alma que pecar, esta morrerá! Ou seja, se você é pecador só cessará do pecado após morrer com Cristo. Este é o novo e vivo caminho que nos foi aberto pelo corpo de Cristo.

O versículo citado acima aponta para o homem não regenerado.

“Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano”

O homem cuja transgressão é perdoada, após receber o perdão, estará na condição apresentada neste verso: O Senhor não lhe imputará maldade, e em seu espírito não haverá engano, visto que foi de novo criado, segundo Deus, em verdadeira justiça e santidade.

Estes dois versículos apontam duas situações distintas de um mesmo homem. Bem-aventurado é o homem:

a) cujo pecado é coberto, e;

 

b) cujo espírito não há engano. Este é o novo homem e aquele o velho homem.

 

O novo homem gerado em Cristo não tem maldade a ser imputada. Se tivesse, é certo que seria imputada, pois Deus não tem o culpado por inocente. Só o novo homem não possui engano ou falsidade em sua natureza.

 

Quando o apóstolo Paulo recomenda aos cristãos serem misericordiosos, ele está abordando questões comportamentais pertinentes aos cristãos, mas o tema não é o mesmo apresentado por Jesus “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4:32 ).

 

Agora, quando Cristo diz: “Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” (Lc 6:36 ), ele está falando do mesmo tema apresentado na bem-aventurança. O homem é bem-aventurado quando alcança a filiação divina. As condições necessárias para que o homem seja verdadeiramente misericordioso só é possível àquele que Deus recebe por filho.

 

Observe o que Jesus ensinou: “E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem. Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas”;

 

Porém aos abastados espiritualmente diz: “Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis. Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas”;

 

E Jesus passa a alertar os seus ouvintes:

 

“Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses; E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir. E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também”;

 

Observe que é impossível ao homem alcançar o padrão de comportamento descrito acima, mas é plenamente possível a qualquer homem o comportamento descrito abaixo?

 

“E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto”;

 

Jesus recomenda um novo padrão de comportamento aos seus ouvintes?: “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”;

 

A nova forma de comportamento demonstra que o homem está de posse da filiação divina. As questões comportamentais não levam o homem a alcançar a filiação divina, mas quando se alcança a filiação por meio de Cristo, o homem terá em si as condições necessárias para ter um comportamento a altura de sua nova condição.

 

Quando Jesus disse: “Sede, pois, misericordiosos…” o que realmente ele recomendou? A resposta encontra-se na parábola: “E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova? O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre. E por que atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão”;

 

Jesus recrimina os lideres religiosos judeus: eles eram cegos guiando uma multidão de cegos. Qualquer um que aprendesse com um fariseu, o máximo que alcançaria era ser um fariseu.

 

A perfeição que alguém poderia alcançar aprendendo de um fariseu seria: “… exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mt 23:28 ).

 

“Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca”

 

Por meio de parábolas Jesus evidência um princípio pertinente ao evangelho: só é possível um homem produzir o bem a partir do momento que ele estiver ligado a oliveira, que é Cristo.

 

Aquele que não está em Cristo obrará o mal sempre, e aquele que em Cristo estiver produzirá segundo a espécie da sua boa árvore, o bem. A transformação que se opera na natureza transbordará além do coração. O homem poderá tirar o bem do bom depósito.

 

“E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo? Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante: É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pós os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pode abalar, porque estava fundada sobre a rocha. Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa”.

Toda obra que o homem edifica se não estiver alicerçada em Cristo, nada representa para Deus. O exemplo da árvore e da casa alicerçada versa sobre os mesmos princípios.

Deus Se mostrará a nós se formos puros de coração. Se nos esforçarmos sinceramente para ser como Deus, nossos motivos e nossas ações serão honrados, e nosso coração será puro.

 

7.    “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.”

Jesus dá outro título aos bem-aventurados: pacificadores!

 

Quem são, e o que é ser um pacificador? Seriam aqueles que repudiam a guerra? Não!

 

Os pacificadores são aqueles que levam as boas novas de paz. Àqueles que anunciam que Deus está em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo! Estes são os pacificadores “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pós em nós a palavra da reconciliação” (2Co 5:19 ).

 

Aqueles que cumprem o ide de Jesus, estes são os pacificadores. Jesus, o Filho de Deus foi enviado ao mundo para proclamar a palavra da verdade: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos” (Is 61:1 ).

 

Todos quantos recebem a mensagem do evangelho também são comissionados a levar as boas novas de salvação. Além da incumbência maravilhosa de anunciar o evangelho o Cristão é agraciado com a filiação divina.

 

Somente os filhos de Deus, os de novo nascido, podem levar a semente da palavra da verdade. Isto porque eles são nascidos da semente incorruptível, e o que anunciam, o fruto dos lábios, contém a semente incorruptível.

 

8.    “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.”

 

Jesus dá outro título aos bem-aventurados: pacificadores!

 

Quem são, e o que é ser um pacificador? Seriam aqueles que repudiam a guerra? Não!

A missão dos pacificadores não é fácil. Eles sofrerão perseguições, mas o reino dos céus pertence a eles.

 

A perseguição é por causa da justiça de Deus expressa no evangelho. Os bem-aventurados não serão perseguidos por questões humanas, mas por causa da mensagem de Cristo, que é a justiça de Deus aos homens “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença” (Rm 3:21 ).

O motivo da perseguição dos pacificadores é por causa de Cristo, a justiça de Deus aos homens.

Os pacificadores são aqueles que levam as boas novas de paz. Àqueles que anunciam que Deus está em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo! Estes são os pacificadores “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pós em nós a palavra da reconciliação” (2Co 5:19 ).

 

Aqueles que cumprem o ide de Jesus, estes são os pacificadores. Jesus, o Filho de Deus foi enviado ao mundo para proclamar a palavra da verdade: “O Espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos” (Is 61:1 ).

 

Todos quantos recebem a mensagem do evangelho também são comissionados a levar as boas novas de salvação. Além da incumbência maravilhosa de anunciar o evangelho o Cristão é agraciado com a filiação divina.

 

Somente os filhos de Deus, os de novo nascido, podem levar a semente da palavra da verdade. Isto porque eles são nascidos da semente incorruptível, e o que anunciam, o fruto dos lábios, contém a semente incorruptível.

Podemos enfrentar críticas da sociedade ou de outros grupos pelo modo como vivemos, pelo que acreditamos e pelas coisas que fazemos. Defenda corajosamente os princípios de Deus e de Sua Igreja. Deus o abençoará por isso tanto nesta vida quanto na eternidade.


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