Por: Jânio Santos de Oliveira
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra nos textos de Neemias 5.1,6-12; Salmos 133.1-3; Atos 2:42-47 que nos diz:
Neemias 5.
1 - Foi, porém, grande o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos.
6 - Ouvindo eu, pois, o seu clamor e essas palavras, muito me enfadei.
7 - E considerei comigo mesmo no meu coração; depois, pelejei com os nobres e com os magistrados e disse-lhes: Usura tomais cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles um grande ajuntamento.
8 - E disse-lhes: Nós resgatamos os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às gentes, segundo nossas posses; e vós outra vez venderíeis vossos irmãos ou vender-se-iam a nós? Então, se calaram e não acharam que responder.
9 - Disse mais: Não é bom o que fazeis: Porventura, não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos?
10 - Também eu, meus irmãos e meus moços, a juro, lhes temos dado dinheiro e trigo. Deixemos este ganho.
11 - Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles.
12 - Então, disseram: Restituir-lhe-emos e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os fiz jurar que fariam conforme esta palavra.
Salmos 133.
1 Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.
2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.
3 Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre
42 - E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações.
Atos 2
43 - Os apóstolos faziam muitos milagres e maravilhas, e por isso todas as pessoas estavam cheias de temor.
44 - Todos os que criam estavam juntos e unidos e repartiam uns com os outros o que tinham.
45 - Vendiam as suas propriedades e outras coisas e dividiam o dinheiro com todos, de acordo com a necessidade de cada um.
46 - Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas suas casas partiam o pão e participavam das refeições com alegria e humildade.
47 - Louvavam a Deus por tudo e eram estimados por todos. E cada dia o Senhor juntava ao grupo as pessoas que iam sendo salvas.
Veja nesta edição
I. As diferenças que existe entre irmãos
II. A origem do termo "irmãos"
III. Fatores que impedem a nossa unidade e comunhão
IV. Neemias elimina as causas da desunião entre os Judeus
V. Os motivos e benefícios da comunhão entre irmãos
VI. A igreja como o corpo de Cristo o que isso significa ?
VII. Os motivos porque devemos ir à Igreja
VIII. Não devemos deixar de congregar
IX. Deus abomina a contenda entre irmãos
X. A maneira correta de resolver conflitos entre irmãos
Estamos de volta dando sequência a série de estudos bíblicos sobre o tema: Aprendendo a conviver com as diferenças
Agora falaremos sobre:
V. Os motivos e benefícios da comunhão entre irmãos
Vamos ser honestos, nem sempre é fácil conviver com outras pessoas. Ninguém é perfeito, nem mesmo o cristão mais espiritual! Todos nós cometemos erros. Mesmo assim, somos chamados a viver em comunhão com nossos irmãos cristãos.
Comunhão significa ter união, paz e partilha com alguém. Quando duas ou mais pessoas fazem coisas juntas, em harmonia, estão em comunhão. A vontade de Deus é que vivamos em comunhão com Ele e uns com os outros.
Comunhão é ter coisas em comum. Significa partilhar experiências e viver em união. Todos nós somos seres sociais e precisamos de comunhão para sermos completos. Ninguém consegue viver completamente sozinho. Precisamos de comunhão com Deus e comunhão com nossos irmãos (1 Jo 1:3).
1. Comunhão com Deus
A comunhão com Deus é essencial em nossa vida. Deus nos criou para termos comunhão com Ele, mas o pecado nos separou de Deus, destruindo nosso relacionamento com Ele. Agora, somente através de Jesus podemos voltar a ter comunhão com Deus (2 Co 5:17-19).
Quando cremos em Jesus como nosso salvador e dedicamos nossa vida a ele, nossa comunhão com Deus é restaurada. Recebemos o perdão de nossos pecados e Deus passa a morar dentro de nós, através do Espírito Santo. Temos uma ligação especial com Deus.
Nesse novo relacionamento com Deus, Ele está sempre presente e nos ensina a viver corretamente, andando nos Seus caminhos. O Espírito Santo nos guia, corrige e consola, tudo com o amor e o cuidado de Deus. Nós também podemos nos aproximar de Deus, falar com Ele e buscar mais dele, porque temos comunhão (Hb 10:22).
Ao longo da vida cristã, devemos procurar fortalecer nossa comunhão com Deus, criando mais intimidade com Ele, através:
- Da oração
- Da leitura da Bíblia
- Do louvor
- Da obediência
- Da reflexão nas coisas de Deus
Ter comunhão com Deus é abrir toda nossa vida a Ele, tornando-o participante de tudo que fazemos. Deus, por Sua vez, nos torna participantes de Seus planos para salvar o mundo e fazer o bem.
2. Comunhão com outros cristãos
Não podemos desprezar a comunhão com outros cristãos. Deus criou a Igreja para nosso bem e devemos aprender a viver em união uns com os outros. Precisamos de nossa família (Hb 10:25).
Jesus orou para que todos que o amam fossem um, perfeitamente unidos em sua comunhão (Jo 17:20-21). A forma como expressamos nossa comunhão com outros cristãos mostra o amor de Deus e é um poderoso testemunho do poder de Jesus. Nenhuma outra força nesse mundo consegue unir tantas pessoas diferentes em amor!
Quando temos comunhão com outros cristãos, crescemos mais em nossa comunhão com Deus e ficamos mais fortes (1 Jo 1:6-7). Juntos, podemos crescer em amor, fé e esperança. Ao partilharmos nossa vida, temos a oportunidade para pôr em prática tudo que Jesus nos ensina sobre o amor ao próximo, mostrando ao mundo uma maneira melhor de viver.
O desejo de Jesus para sua Igreja é a união. Com todos os nossos defeitos e fraquezas, nós precisamos uns dos outros. Quem acha que pode ser cristão e seguir Jesus sozinho está muito enganado! Viver em comunhão é uma ordem de Jesus (e uma grande bênção). Somente somos Igreja quando estamos juntos.
1 Co 1:10: “Irmãos, peço, pela autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, que vocês estejam de acordo no que dizem e que não haja divisões entre vocês. Sejam completamente unidos num só pensamento e numa só intenção”.
A união é necessária porque a desunião enfraquece, fragmenta e frustra os objetivos e alvos que precisamos alcançar juntos.
Encontramos vários exemplos negativos de divisões. No Jardim do Édem houve divisão. Adão pensou que também poderia mandar e desobedeceu a ordem do Senhor de não tocar na árvore do bem e do mal.
No mundo Árabe, também há divisão. A briga entre árabes e judeus é uma briga entre dois irmãos, filhos do mesmo pai Abraão, descendentes de Ismael e Isaque. Entre Esaú e Jacó houve divisão. Esses irmãos brigavam dentro da barriga da mãe. Quando Esaú nasceu, Jacó estava segurando sua perna. Durante toda a vida Jacó foi um trapaceiro e suas atitudes geraram ódio no coração de seu irmão.
A parábola do filho pródigo relata um impasse numa família entre o pai e dois irmãos que não combinavam e não se toleravam. O irmão mais velho não tolerava o fato do pai oferecer perdão ao irmão que deixou tudo pra trás para viver dissolutamente.
Esses exemplos nos fazem ver claramente que sem união não somos um povo forte, não avançamos e não prosperamos no reino de Deus.
O povo evangélico é um gigante adormecido pela desunião.
Todos aqueles que nasceram de novo fazem parte da igreja e seus membros devem demonstrar aos olhos do mundo, de forma visível essa unidade interna que desfrutamos em Cristo. E assim, a desunião dos crentes, portanto, é uma ameaça à igreja e um escândalo diante do mundo.
A discórdia entre as pessoas é uma sombra destruidora da unidade, porque impede o brilho da luz e dificulta a vida da comunidade. Reflete fortemente também na vida e estrutura das famílias, impedindo-as de cumprir a sublime missão de educar bem seus filhos para a prática da fé e da cidadania. Jesus Cristo, com sua mensagem, é a luz capaz de sublimar todo tipo de desunião.
Paulo orienta aos membros da Igreja em Corinto a se manterem unidos num único objetivo, o de servir a Deus.
Quero falar sobre os motivos para vivermos em união, principalmente na Igreja:
1. Devemos viver em união porque é a vontade de Deus: João 17:20-21
Vejamos o que Jesus diz em João 17:20-21:
“20 Não peço somente por eles, mas também em favor das pessoas que vão crer em mim por meio da mensagem deles.
21 E peço que todos sejam um. E assim como tu, meu Pai, estás unido comigo, e eu estou unido contigo, que todos os que crerem também estejam unidos a nós para que o mundo creia que tu me enviaste”.
Jesus fez uma oração declarando seu desejo que todos os que cressem Nele tivessem a união que ele tinha com o Pai.
Jesus tem uma preocupação especial em nos ordenar a vida em união porque uma igreja dividida não prospera. Em Mateus 12:25 percebemos claramente este princípio: “Mas Jesus conhecia os pensamentos deles e disse: —O país que se divide em grupos que lutam entre si certamente será destruído. E a cidade ou a família que se divide em grupos que lutam entre si também será destruída”.
Paulo igualmente se preocupa com a união ao orientar a igreja de Éfeso: “Rogo-vos, pois, eu, prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vinculo da paz; há somente um Corpo e um Espírito, como fostes chamados numa só esperança da vossa vocação, há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, a qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”(Ef 4.1-6).
É da vontade de Deus que vivamos em união, e para isso, precisamos nos esforçar para vivermos assim no ambiente em que estamos e principalmente na Igreja com os nossos irmãos. Uma Igreja unida no objetivo de cumprir a vontade de Deus é uma Igreja forte e saudável.
2. Devemos viver em união porque na união Deus ordena benção: Salmo 133:1-3
Vejamos o que diz este salmo: “Oh, como bom e agradável viverem unidos os irmãos, pois ali o Senhor ordena a sua benção. É como óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba de Arão e desce para a gola de suas vestes. É como orvalho do Hermom que desce sobres os montes de Sião. Ali ordena o Senhor a sua benção e a vida para sempre” (Sl 133.1-3).
A união é comparada nestes versos a um óleo precioso e ao orvalho do Hermon.
O verso dois descreve que esse “viver em união” deve ser como o óleo precioso derramado desde a cabeça, e que desce sobre a barba de Arão até a gola de suas veste. Isto se trata de uma referência à consagração do sacerdote. O óleo deveria descer sobre toda a sua veste sacerdotal. Portanto, entendemos que a consagração deve ser plena e absoluta. A ideia que o texto pretende transmitir é a seguinte: a união entre os irmãos deve ter relacionamento, santidade e santificação. Não pode haver santificação verdadeira perante Deus sem vivermos em unidade. A santificação se evidencia pela prática da união entre os irmãos.
O Salmo 133 diz também que a união fraternal é como o orvalho do monte Hermom quando desce sobre os montes de Sião. O monte Hermom está situado numa região muito marcada pela humidade por ser cheia de água. Isso faz um contraste com as regiões desérticas do Sul da Palestina. Portanto, a região do Hermom é marcada pela prosperidade e por frutificação. Logo, a união que Deus deseja é acompanhada pela benção da santificação, da prosperidade e da frutificação que Deus concede a partir dos montes de Sião (v. 3). O importante é que o Senhor é quem sustenta isso. É uma benção completa para todos nós.
São muitos os exemplos onde houve a unidade dos irmãos desde o NT até os dias de hoje e ali o Senhor ordenou a sua benção. Como exemplo podemos citar a promessa do Espírito Santo em Pentecostes. Jesus havia feito um pedido a seus discípulos que não dispersassem, nem se ausentassem de Jerusalém até que fossem revestidos de poder. Isto era uma promessa tremenda que se cumpriu (Lc 24.49; At 1.4). Que estratégia magnífica do Senhor ter feito justamente na Festa de Pentecostes onde estariam todos reunidos, judeus e gentios (At 2.1; 9-11). E realmente o Senhor ordenou as suas bênçãos e muitos prodígios e sinais foram feitos por eles (At 2.43), bem como muitos (quase três mil pessoas) aceitaram a palavra de Jesus como Salvador e foram batizados.
Com essa unidade se havia perseverança, temor a Deus, alegria, singeleza de coração, louvores a Deus e um fato maravilhoso: contavam com a simpatia do povo. Tudo isso feito através de uma obediência a Deus acima dos próprios interesses. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum (At 2.44; At 4.32) a ponto de não haver necessitado entre eles (At 4.34-35). A unidade era tamanha que ao orarem tremia o lugar onde estavam reunidos e ficavam cheios do Espírito Santo (At 4.31) e quando se reuniam no Pórtico de Salomão muitos sinais e prodígios eram feitos, contando sempre com a admiração do povo (At 5.12-14).
O salmista exalta a importância da união entre os irmãos e o resultado dessa atitude, Deus ordena benção e vida para sempre.
Precisamos ter o prazer de vivermos em união uns com os outros, a disponibilidade de nos doarmos sem qualquer tipo de interesse pessoal. Uma Igreja que procura viver assim com certeza tem vida e benção de Deus sempre.
3. Porque quando há união, há também crescimento: At 2:42-47
O crescimento numérico da igreja não é mágico; deve ser fruto do ardor e da paixão de falar de Cristo às pessoas; ir ao mundo e, no meio da sociedade corrompida pelo pecado, ser sal da terra e luz do mundo. Jamais o crescimento numérico deve ser um fim em si mesmo, mas um meio para que o nome de Deus seja glorificado e exaltado.
Os membros da Igreja primitiva tinham o prazer em se manterem unidos em tudo, a atitude dessa Igreja chamou a atenção de todos e Deus acrescentava as vidas que haviam de se salvar.
Um desafio para a Igreja de Cristo é de se manter unida em todo tempo, focada em um único objetivo, levar a mensagem de salvação a todos. Vivendo assim, Deus acrescentará as pessoas a Igreja.
“Sejamos sempre instrumentos de união no lugar que Deus nos colocar, lembrando sempre, que se existem divisões elas são provocadas por nós mesmos.”
4 . Encorajamento (Hb 10.25)
Quando estamos sozinhos e isolados, facilmente caímos no desespero diante das dificuldades da vida. Vêm as dúvidas: será que consigo superar os problemas? Jesus vai mesmo me ajudar? Vale a pena seguir Jesus? E tantas outras perguntas, que abalam nossa fé e nos enfraquecem.
Mas quando temos comunhão com nossos irmãos, encontramos encorajamento! Juntos, podemos partilhar nossas experiências e lembrar uns aos outros sobre quanto Deus tem feito. Para as dúvidas que uma pessoa tem, outra pessoa pode ter a resposta. E, quando temos comunhão, encontramos mais motivação para continuar, porque vemos que não estamos sozinhos.
5 . Crescimento (1 Ts 5:11)
Edificar significa construir. Quando vivemos em comunhão com nossos irmãos, ajudamos uns aos outros a crescer e a ficar maduros.
Em Jesus, todos estamos unidos, como os membros de um corpo. Assim como um membro não consegue viver e crescer sem o resto do corpo, nossa vida espiritual definha sem comunhão com nossos irmãos. Se quisermos crescer, precisamos ter união com outros cristãos.
6 . Ajuda (Gl 6:2)
Ser cristão não é fácil! Enfrentamos muitos desafios, dificuldades e tentações. Mas, em Jesus, encontramos a ajuda que precisamos para vencer. Em muitas situações, ele usa outros cristãos para nos ajudar.
Todos nós somos chamados a ajudar uns aos outros. Em vez de enfrentar todos os desafios sozinhos, podemos partilhar a carga com nossos irmãos, agindo em solidariedade.
7 . Força (Pv 27:17)
A união faz a força! Ter comunhão com outros cristãos, crescendo juntos em Cristo, nos fortalece espiritualmente. Quando um cai, o outro ajuda a levantar e aprendemos juntos como enfrentar as dificuldades da vida.
Até os apóstolos mais experientes viajavam em equipe. Eles sabiam que juntos tinham mais força e segurança. Uma igreja unida pode fazer muito mais que vários cristãos separados, que não têm comunhão.
8 . Amor (Jo 13:35)
O amor é a melhor parte de ter comunhão com os irmãos na fé. Quando temos comunhão, partilhamos nossa vida com nossos irmãos, ganhamos intimidade e aprendemos a amar de verdade. O amor perfeito de Jesus se expressa em nossos relacionamentos.
O amor que vem da comunhão é muito especial. As pessoas com quem temos comunhão se tornam nossa família, unidas pelo elo mais forte que existe: o amor que vem de Deus. Não é perfeito, muitas vezes é complicado, mas é maravilhoso!
No próximo segmento abordaremos o seguinte tema:
A igreja como o corpo de Cristo o que isso significa ?
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