domingo, 12 de maio de 2024

Série: Aprendendo a conviver com as diferenças (1)

  Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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 Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com




Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor! 

Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra nos textos de Neemias 5.1,6-12; Salmos 133.1-3; Atos 2:42-47 que nos diz:

Neemias 5.

1 - Foi, porém, grande o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos.

6 - Ouvindo eu, pois, o seu clamor e essas palavras, muito me enfadei.

7 - E considerei comigo mesmo no meu coração; depois, pelejei com os nobres e com os magistrados e disse-lhes: Usura tomais cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles um grande ajuntamento.

8 - E disse-lhes: Nós resgatamos os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às gentes, segundo nossas posses; e vós outra vez venderíeis vossos irmãos ou vender-se-iam a nós? Então, se calaram e não acharam que responder.

9 - Disse mais: Não é bom o que fazeis: Porventura, não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos?

10 - Também eu, meus irmãos e meus moços, a juro, lhes temos dado dinheiro e trigo. Deixemos este ganho.

11 - Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles.

12 - Então, disseram: Restituir-lhe-emos e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os fiz jurar que fariam conforme esta palavra.

Salmos 133.

 1 Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.

2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.

3 Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre 

42 - E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações.

Atos 2

 43 - Os apóstolos faziam muitos milagres e maravilhas, e por isso todas as pessoas estavam cheias de temor.

44 - Todos os que criam estavam juntos e unidos e repartiam uns com os outros o que tinham.

45 - Vendiam as suas propriedades e outras coisas e dividiam o dinheiro com todos, de acordo com a necessidade de cada um.

46 - Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas suas casas partiam o pão e participavam das refeições com alegria e humildade.

47 -  Louvavam a Deus por tudo e eram estimados por todos. E cada dia o Senhor juntava ao grupo as pessoas que iam sendo salvas.

Veja nesta edição

       I.            As diferenças que existe entre irmãos

     II.            A origem do termo "irmãos"

  III.            Fatores que impedem a nossa unidade e comunhão

 IV.            Neemias elimina as causas da desunião entre os Judeus

    V.            Os motivos e benefícios da comunhão entre irmãos

 VI.            A igreja como o corpo de Cristo o que isso significa ?

VII.            Os motivos porque devemos ir à Igreja

VIII.            Não devemos deixar de congregar

  IX.            Deus abomina a contenda entre irmãos

    X.            A maneira correta de resolver conflitos entre irmãos



Estamos de volta agora para iniciar a série de estudos bíblicos sobre: Aprendendo a conviver com as diferenças

Agora falaremos sobre:


 I. A origem do termo rivalidade

Rivalidade é a palavra mais adequada para disputa de água

Rivalidade deriva de Rivalis, do Latim.

É muito comum que a disputa por águas compartilhadas termine em rivalidade entre nações, estados, cidades ou mesmo lugarejos. Rivalidade, aliás, é uma palavra mais adequada para nominar este tipo de conflito. E você sabe por quê?

A palavra rivalidade deriva do latim; vem da palavra Rivus, que quer dizer “rio, ribeirão, regato”.  O plural de Rivus é Rivalis, também em latim, e significava “relativo a ribeiro, que está à margem dele; ribeirinho”. De forma natural, a palavra Rivalis era usada também para designar “os que têm direito em comum ao uso de uma corrente d’água”.

 Uma das primeiras rivalidades entre os seres humanos surgiu por disputa de água, para si e para os animais domésticos, provavelmente por povoações estabelecidas às margens de um mesmo curso d´água. Ou seja, nos inúmeros casos em que os rios e riachos demarcavam propriedades, o vizinho da margem de cá e o vizinho da margem de lá eram chamados Rivales.

É claro que muitas vezes a convivência entre os Rivales não era pacífica – o que devia acontecer na maioria das vezes.  A história conta que, na Roma antiga, os cursos d’água eram canalizados e divididos entre vizinhos agricultores, podendo ser fechados ou abertos para irrigar as plantações. Isso naturalmente deu ocasião a que uns tentassem prejudicar os outros para aproveitar melhor a água em benefício próprio. Como resultado, não era raro se formarem verdadeiras inimizades. Rivalidades.

 No português a palavra adquiriu um novo sentido; Rivalis virou sinônimo de oponente, êmulo, competidor. Nas rivalidades, o objeto de disputa faz o papel de riacho de águas compartilhadas naquilo que o dicionário Houaiss chama de “metáfora tomada da linguagem rústica.


II. As diferenças que existe entre irmãos


A rivalidade entre irmãos remonta a quase o começo dos tempos, começando com os dois primeiros irmãos mencionados nas Escrituras, Caim e Abel. Encontramos outras rivalidades entre irmãos na Bíblia, incluindo Ismael e Isaque, Esaú e Jacó, Lia e Raquel, José e seus irmãos, e Abimeleque e seus irmãos. Em cada caso, essa rivalidade levou um ou mais irmãos a tomarem uma atitude pecaminosa e mal aconselhada.

Deus deseja que os irmãos vivam em harmonia e amor uns com os outros (Sl 133:1). O amor fraternal é usado como um exemplo de como os crentes devem tratar uns aos outros (Hb 13:1; 1 Pe 3:8). Sabemos, no entanto, que nem sempre vivemos da maneira que devemos e que a rivalidade entre irmãos existe. Irmãos e irmãs discutem e brigam entre si, mentem e enganam uns aos outros, e muitas vezes tratam uns aos outros horrivelmente.

O trabalho dos pais é criar filhos para serem semelhantes a Cristo, por isso devemos observar Jesus para aprender o que Ele disse ser importante sobre como nos comportamos e como tratamos os outros.

Jesus disse que os dois mandamentos mais importantes eram amar a Deus e amar ao próximo (Mt 22:36–40). Sabemos que Jesus pretendia que o próximo se referisse àqueles que estão próximos a nós e que ninguém está mais próximo do que nossos próprios irmãos e irmãs. A casa deve ser um lugar onde os filhos aprendam a amar uns aos outros. “O amor cobre todas as transgressões” (Pv 10:12), inclusive as causas da rivalidade entre irmãos.

A rivalidade entre irmãos pode se originar do ciúme, do egoísmo e da parcialidade parental (real ou percebida). A rivalidade entre Caim e Abel parece ter sido causada pelo ciúme de Caim sobre a aceitação do sacrifício de Abel (Gn 4:3–5). A rivalidade entre irmãos assassinos na família de Gideão foi causada pelo desejo egoísta de Abimeleque de governar como rei (Jz 9:1-6). A rivalidade entre os filhos de Jacó foi alimentada pelo favoritismo de Jacó a José (Gn 37:3-4).

As causas da rivalidade entre irmãos podem ser superadas pela bondade, respeito e, claro, amor (1 Co 13:4-7). Os pais devem insistir que seus filhos tratem uns aos outros com gentileza, respeito e amor - e os pais devem fazer o mesmo.

As escrituras nos ensinam como nos relacionar uns com os outros. Efésios 4:31–32 aborda vários comportamentos negativos para evitar e comportamentos positivos para cultivar: “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.” Filipenses 2:3–4 também é útil: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.”

O relato de José e seus irmãos envolve inicialmente a rivalidade entre irmãos baseada na inveja e no ódio, e algumas coisas horríveis acontecem com José. No entanto, a história tem um final feliz. De fato, a história de José acaba sendo sobre o amor fraterno, o perdão e a bondade e soberania de Deus ( Gn 37–50). Como José trata os seus irmãos no último capítulo de Gênesis é um bom exemplo de bondade, humildade e amor.

Uma das maravilhas da criação de Deus é a variedade que existe entre os seres humanos. Somos todos igualmente criados por Deus à sua imagem, contudo não há dois indivíduos exatamente iguais. Cada um de nós é um inigualável pacote de forças, capacidades, personalidades. e cada um de nós lida com a vida de um modo diferente.

Sempre que duas ou mais pessoas têm oportunidade de trabalhar juntas, é possível ver suas diferenças individuais como parte da força do grupo. Cada pessoa do grupo traz alguma coisa para o trabalho que estaria faltando se essa pessoa estivesse ausente. Um grupo pode ter mais sabedoria e poder do que um indivíduo jamais poderia ter. Contudo, para os membros do grupo o desafio é verdadeiramente trabalhar juntos, certificando-se de que suas diferenças ajudam o trabalho em vez de o prejudicar. Os grupos mais fortes são aqueles impulsionados por uma meta comum ou uma visão compartilhada, tão importante para o grupo que seus membros subordinam suas diferenças à busca da missão coletiva. Se as pessoas cuidarem bastante do que estão fazendo juntas, não serão impedidas pelas suas diferenças. Elas farão de suas diferentes perspectivas uma parte de sua força, e não de sua fraqueza.

Quando a obra que as pessoas estão fazendo é a obra do Senhor, a meta perseguida é nada menos do que a glorificação de Deus. Tudo o que acontece é para ser visto dentro do contexto desta missão. Quaisquer dificuldades e diferenças que possam ameaçar romper o trabalho têm que ser subordinadas à meta mais importante de dar glória a Deus. Paulo escreveu, "Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé; a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo" (2 Ts 1:11-12). Diferenças entre cristãos deverão ser tratadas de um modo que glorifique a Deus. Como o povo de Deus, temos uma meta que é maior do que nossas diferenças. O que estamos fazendo é demasiadamente importante para que deixemos o diabo nos separar.

Isto certamente não significa que a verdade seja comprometida ou que a paz seja buscada "a qualquer preço". O que isto significa é que mesmo quando assuntos da maior importância para a fé estão sendo debatidos, a controvérsia seja conduzida de um modo espiritualmente maduro que preserve a honra do Senhor e seja mais capaz de conduzir a uma resolução unificada baseada na verdade. A nível prático, o que isto exige é aprender como equilibrar coragem e consideração. E a maioria de nós poderia aceitar algum auxílio para acertar este equilíbrio. Muito frequentemente, as duas únicas respostas com as quais mostramos alguma familiaridade são "luta" ("coragem" imatura, desequilibrada) ou "fuga" ("ponderação" imatura, desequilibrada). Como seria muito melhor se aprendêssemos (ainda que possa ser difícil) a mostrar tanto coragem amadurecida como ponderação amadurecida!


No próximo segmento abordaremos o seguinte tema:

 A origem do termo "irmãos"

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